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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Os nós e nós



Quando queremos que alguma coisa fique ancorada à nossa vida, 
fazemos de tudo para mantê-la presa à nós. 

Criamos laços e os apertamos com todo nosso coração.

Os nós fazem parte de nós.

Infelizmente, nem tudo o que se apega a nós é bom e útil. 
Se prezamos ter laços afetivos e pedaços de memórias 
agarradas definitivamente à nossa pele,
há aqueles nós que se apegam sem que nossa permissão 
seja pedida e sem que tenhamos forças para desatá-los. 

Esses nos acompanham e nos adoecem.

Viver com nós na garganta, que não descem e nem saem, 
nos deixa deficientes. 

Avançamos em algumas outras coisas, mas o não resolvido fica, 
como um espinho na carne.  

A gente caminha, mas sente que algo ficou pra trás e muitas 
das dores de garganta que não conseguimos curar são 
emoções presas das quais não soubemos nos livrar. 

O que fica atravessado diante de nós é o peso que carregamos 
por vezes por anos e anos.O dia bendito em que conseguimos
colocar em palavras e lágrimas aquilo que nos ofendeu, 
entrou em nós e ficou, o sol desponta no horizonte como 
se fosse seu primeiro dia.

 Ah, Deus, se tivéssemos sempre a coragem de abrir nosso 
coração e gritar nossa mágoa, 
quão mais leves e sãos poderíamos viver!
 
Se criamos a coragem de desatar, devagar, certo, 
mas desatar, um a um os laços que nos incomodam, 
liberamos uma a uma as ansiedades, 
os males que nos doem física e psicologicamente.  

Nessas horas nosso coração bate de maneira diferente, 
respiramos mais ar puro e nossos olhos se abrem para novos horizontes.

Só um pequeno passo,
um muito de coragem e uma nova vida pode começar.

Letícia Thompson

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