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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Mudanças


Hoje eu vou mudar
Vasculhar minhas gavetas
Jogar fora sentimentos
E ressentimentos tolos.

Fazer limpeza no armário
Retirar traças e teias
E angústias da minha mente
Parar de sofrer
Por coisas tão pequeninas
Deixar de ser menina
Pra ser mulher!

Hoje eu vou mudar
Por na balança a coragem
Me entregar no que acredito
Pra ser o que sou sem medo.

Dançar e cantar por hábito
E não ter cantos escuros
Pra guardar os meus segredos
Parar de dizer:

"Não tenho tempo pra vida
Que grita dentro de mim
Me libertar!"

Hoje eu vou mudar
Sair de dentro de mim
E não usar somente o coração
Parar de cobrar os fracassos
Soltar os laços
E prender as amarras da razão!

Voar livre
Com todos os meus defeitos
Pra que eu possa libertar
Os meus direitos
E não cobrar dessa vida
Nem rumos e nem decisões!

Hoje eu preciso
e vou mudar
Dividir no tempo
E somar no vento
Todas as coisas
Que um dia sonhei
conquistar,

Porque sou mulher
Como qualquer uma
Com dúvidas e soluções
Com erros e acertos
Amor e desamor.

Suave como a gaivota
E ferina como a leoa
Tranqüila e pacificadora
Mas ao mesmo tempo
Irreverente e revolucionária!

Feliz e infeliz
Realista e sonhadora
Submissa por condição
Mas independente por opinião,

Porque sou mulher
Com todas as incoerências
Que fazem de nós
Um forte sexo fraco!

Hoje eu vou mudar
Vasculhar minhas gavetas
Jogar fora sentimentos
E ressentimentos tolos.

Fazer limpeza no armário
Retirar traças e teias
E angústias da minha mente
Parar de sofrer
Por coisas tão pequeninas
Deixar de ser menina
Pra ser mulher!

Eu vou mudar!
Eu vou mudar!
Eu vou mudar pra valer!

Eu vou mudar!
Eu vou mudar!
Eu preciso!
Eu preciso mudar!

(Vanusa)

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Tornando-se desnecessária



A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária....

"A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo..."

Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase e ela sempre me soou estranha... até agora. 
Agora que minha filha adolescente, aos quase 18 anos, começa a dar vôos-solo.

Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria debaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos.

Uma batalha interna hercúlea, confesso. 
Quando começo a esmorecer na luta pra controlar a supermãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara. 
Se eu fiz o trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.

Antes que alguma mãe apressada venha me acusar de desamor, preciso explicar o que significa isso. 
Ser "desnecessária" é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. 
Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.

A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical... A cada nova fase, uma nova perda e um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho.

Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não para de se transformar ao longo da vida. 
Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeça o ciclo.

O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis. Esse é o maior desafio e a principal missão.

Ao aprendermos a ser "desnecessários", nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar.

Texto de Marcia Neder
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